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Betty Mindlin

Antropóloga, com doutorado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e economista, com mestrado pela Universidade de Cornell, trabalha há anos em projetos de pesquisa e apoio a numerosos povos indígenas da Amazônia e outras regiões. Seus temas centrais são mitos indígenas, escrita /oralidade/ música e apoio a professores indígenas. Atuou na área de direitos reprodutivos, direitos dos povos, diversidade cultural, educação diferenciada, saúde, grandes projetos e ambiente, demarcação de terras indígenas. Publicou em português sete livros de mitos em coautoria com narradores sem escrita, nascidos antes do contato. O mais conhecido é Moqueca de maridos, Record, 1997, terceira edição atualizada pela Paz e Terra em 2014, traduzido em várias línguas, para o inglês como Barbecued husbands, Verso, 2004, para o francês como Fricassée de maris, Métailié, 2005, para o italiano como Mariti alla brace, La Linea, 2012, para o alemão e o espanhol. Dedica-se a escrever e registrar com professores e narradores indígenas a sua tradição e sua música, em mais de dez línguas, procurando criar um sistema para devolver às comunidades e aos jovens todos os registros gravados em pesquisas passadas. Descreve suas primeiras viagens ao povo Paiter Suruí, de 1978 a 1983, em Diários da floresta, São Paulo, Terceiro Nome, 2006, traduzido para o francês como Carnets sauvages (Métailié, 2008). Publicou ainda Crônicas despidas e vestidas, Contexto, 2017. Seu primeiro livro de ficção é Alma de Atriz, Andarilhas, 2022. Os núcleos deste livro remetem a um perfil de mulher e amor em várias sociedades: o contraste entre Mirele, moça plena de desejos de liberdade em um shtettl do começo do século vinte, sem espaço para se realizar, e a personagem Haydée, que vai da sociedade urbana para viver a plenitude em um povo indígena fictício da Amazônia, isolado, quase sem contato com a cruel sociedade capitalista de onde ela vem. É a primeira vez que a autora põe lado a lado referências à sua origem judaica e o encantamento vivido entre indígenas, com todas as contradições e complexidade de ambos. Em seus trabalhos, a voz e protagonismo indígenas são exigência primordial. São quem vive na pele, no corpo, na coragem, o extermínio, o genocídio, a exclusão, e são quem detém um conhecimento e uma forma única de existir em sociedade, de preservar terra e existência. Autonomia que não exclui alianças como a de pessoas que descobrem um mundo com os povos, e os incorporam para sempre em suas trajetórias.
graduate at Economia from Universidade de São Paulo (1963), master's at Economia from Cornell University (1967) and ph.d. at Sociology from Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1984). Has experience in Antropology, focusing on Aboriginal Ethnology, acting on the following subjects: mitos indígenas, índios, programa polonoroeste, educação indígena and mitos.

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