A irredutibilidade do sintoma na clínica psicanalítica Documento uri icon

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tipo

  • master thesis

abstrato

  • Esta dissertação tem como objetivo investigar uma característica intrínseca ao sintoma para a psicanálise: sua irredutibilidade ao processo de significação. Apostando encontrar neste impasse a essência da descoberta freudiana e a especificidade da clínica psicanalítica, cuja acepção de cura é colocada em xeque, propomos reler a obra de Freud, não sem um atravessamento pelo ensino de Lacan, a partir de suas primeiras elaborações. O trauma psíquico (1892), impossível de ser abolido, constituiu-se no fator etiológico dos sintomas e no eixo ao redor do qual a psicanálise foi fundada. O sintoma, como uma formação do aparelho psíquico enquanto um aparelho de linguagem , foi definido, inicialmente, como uma reação ao trauma (1892), passando, logo depois, à realização de um desejo recalcado (1897). Em ambas as acepções, regido pelo princípio de prazer, sua atuação é a de agente de defesa ou tratamento contra a incidência, no aparelho psíquico, de uma soma de excitação constante produtora de desprazer. No final do percurso teórico-clínico de Freud, a partir da descoberta da pulsão de morte, o sintoma passa por uma mudança em seu estatuto (1926). De uma formação simbólica cujo fim é o de baixar um quantum de excitação impossível de ser abolido, o sintoma torna-se seu agente, estando no cerne dessa irredutibilidade constitutiva. Produtor de um mal-estar incessante, sua função é a de atuar como condição de efetividade de uma clínica singular. Pulsão e sintoma, ambos apontam para uma tensão permanente entre o somático e o mental. Sem esgotarem-se em uma qualidade ou quantidade, tanto a pulsão como o sintoma assinalam uma articulação estruturante entre significante e corpo, nos termos de Lacan

data de publicação

  • 2018-01-01