Ação e conduta: uma investigação a partir de Foucault Documento uri icon

  •  
  • Visão geral
  •  
  • Pesquisas
  •  
  • Identidade
  •  
  • Ver todos
  •  

tipo

  • doctoral thesis

abstrato

  • Esta tese tem por objeto a ação e a conduta humanas. Partindo dos trabalhos de Michel Foucault, assim como de Pierre Hadot e de Georges Canguilhem, seu objetivo é pensar questões e conceitos que são relevantes para uma ontologia da ação, isto é, para uma compreensão do ser do agir. As questões que norteiam este trabalho são: O que é agir? O que está implicado na ação? Como podemos pensar a relação das ações com o todo da conduta? Qual a relação da ação com o campo no interior do qual ela acontece? O pressuposto básico deste trabalho diz respeito à última destas perguntas. Penso que uma investigação do ser do agir não pode ser feita sem levar em consideração o quanto o agir é o que é graças à sua relação com o mundo onde essa ação se realiza. A partir de Hadot será possível pensar noções fundamentais como a de princípio diretor, a qual, ligando o ser da ação e o da conduta, identifica-se com o próprio ser do sujeito que age, bem como pensar a importância que os estoicos conferiam, ao pensar a ação, ao fato de a ação se realizar no interior de um todo integrado. Ao pensar que todo vivente age normativamente em relação ao seu meio porque esse não lhe pode ser indiferente, Canguilhem permite pensar a normatividade como indissociável do ser da ação. O agir é normativo porque o agir demanda de nós um posicionamento em relação às circunstâncias nas quais agimos. Foucault oferece a possibilidade de pensar a relação entre ser e pensar, na constituição do próprio mundo em que agimos, e entre pensamento e ação. O mundo em que agimos é o que é a partir de um confronto entre o ser e o pensamento, através do qual se configuram nossas experiências. Diretamente ligada a essa tese está a de que toda ação é uma resposta racional às circunstâncias nas quais ela acontece. Ao definir o poder como governo, isto é, como condução ou direção das condutas, como uma ação que procura administrar o campo de ação eventual dos outros, Foucault também oferece uma análise do exercício do poder que o põe em relação direta com a ação e a conduta. Juntos, esses conceitos e questões permitem uma compreensão do ser do agir em relação com o campo no qual a ação se dá, e de maneira integrada com a conduta, pensada como o modo de conduzir-se, como a maneira de ser e agir, que nos constitui e que possui também uma visibilidade, uma vez que conforma a vida que vivemos.
  • The subject of this thesis is human action and conduct. Its aim is to analyse, mostly through the works of Michel Foucault, but also through the works of Pierre Hadot and Georges Canguilhem, relevant questions and concepts for an ontology of action, that is, for an ontological understanding of the action. The guiding questions of this work are: What is to act? What is involved in action? How can we think the relation between actions and conduct? What is the relation between action and the domain within which it happens? The basic assumption of this work relates to the last of these questions. I argue that a research about the Being of action must consider how much action is defined from its relation with the world within which it happens. The work of Hadot opens up the possibility to analyse fundamental notions, such as ruling principle , a notion that relates the being of action with conduct, identifying itself with the Being of the subject of action. It makes possible to analyse the importance given by Stoics to the fact that action are performed within an integrated whole. Canguilhem enables us to think normativity as inseparable from the Being of action, because every living being acts normatively in relation to their environment since it cannot be indifferent to them. Acting is normative because action demands us an evaluation of its circumstances. Foucault offers the possibility to re-think the relation between being and thought in the constitution of the world within which we act, as well as the relation between thought and action. The world within which we act is what it is due to a confrontation between Being and thought, through which our experiences are shaped. Directly related to this assumption is the thesis that every action is a rational response to the circumstances within which it happens. Foucault also offers an analysis of the exercise of power that relates it to action and conduct and defines power as government, that is, as guidance or direction of conducts, as an action that structures the field of eventual action of others. Those concepts and questions enable us to understand the Being of action in relation to the field within which action happens; it also enables us to think action in relation to conduct as a way of conducting ourselves, as a way of Being and acting, which constitutes us and has visibility because it shapes our lives.

data de publicação

  • 2015-01-01