BORDAR-SE: OS PROCESSOS EDUCATIVOS E IDENTITÁRIOS DE MULHERES ARTISTAS Documento uri icon

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  • master thesis

abstrato

  • A presente investigação tem como objetivo compreender os processos educativos e identitários experienciados por mulheres artistas que se valem do bordado como linguagem artística contemporânea enquanto expressão política e identitária na intersecção com os debates feministas e de gênero. Para isso, utilizei-me da metodologia de pesquisa da história oral, costurando as memórias, as experiências, as produções artísticas e as narrativas das artistas Alana Tedesco Baratto, Juliana Mezzomo Allain, Karina Pedigoni Segantini e Paula Silveira Schlindwein, as quais atuaram no território catarinense entre os anos de 2019 e 2021. Dentre os principais conceitos movimentados nesta investigação estão os processos educativos e identitários, a arte contemporânea, os feminismos e os estudos de gênero, a memória e a experiência articulados às narrativas de si. Ao evocar as memórias dessas mulheres artistas acerca de seus processos educativos e identitários, surgem em suas narrativas relatos de experiências com outras mulheres, sejam elas mães, avós, tias e/ou amigas. A prática do bordado, a qual é comumente relacionada à imagem da mulher, passou a ser ressignificada na arte contemporânea por diferentes artistas, inclusive pelas artistas entrevistadas. Elas apontam novos significados para a prática do bordado e problematizam a relação das mulheres com esse fazer, com nossos lugares no espaço público e privado. Ao escolherem o bordado como linguagem artística contemporânea, essas artistas reconstroem e expressam memórias de mães, avós e tias e experiências de um espaço doméstico que se encontra em transformação. Elas buscam transcender o espaço privado e dar voz, espaço e liberdade para as mulheres por meio de materiais que lhe são familiares. Elas nos mostram que bordar não é apenas perfurar o tecido e pintar com as linhas, mas sim registrar histórias, evocar memórias, ocupar um espaço por menor que ele seja, fazer-se ser ouvida, narrar a si mesma, explorando suas subjetividades, seus sentimentos, seus desejos, suas inquietudes e suas lutas. Ao bordarem-se em suas produções artísticas, Alana, Juliana, Karina e Paula entrelaçam memórias individuais e coletivas, dialogam com diferentes aspectos da arte contemporânea e convidam espectadoras/es a dialogarem com os feminismos e os debates de gênero.

data de publicação

  • 2021-01-01