Este trabalho procura examinar as configurações de violência sobre o corpo feminino na Idade Média. Para tanto, propomos como nosso objeto de estudo, a análise de alguns poemas dos Carmina Burana e das cantigas trovadorescas galego-portuguesas, que servem como exemplificação das mulheres como jovens, fidalgas, camponesas, soldadeiras quando expomos a profissão da prostituta estigmatizada-, santas ou pecadoras, no espaço de tempo entre os séculos XII ao XIV, pretendemos comparar essas composições, fazendo apontamentos sobre as possíveis origens do discurso patriarcal vigente. Apontaremos as hostilidades, bem como o trato que era capaz de moldar as relações sócio-político-econômicas nos corpos femininos, quando falamos de um discurso pedagógico retórico e clerical a serviço da diferença entre os gêneros, seja nas suas formas mais simbólicas ou explícitas. Bem como a inspiração dos mitos greco-latinos que tanto inspiraram essas questões que nos são atuais. Então, no intuito de analisar melhor essas relações de poder, prestamos leituras inspiradas no feminismo que sirva para esclarecer e refletir sobre o quanto ainda devemos combater essas práticas de agressão que tanto discriminam, mentem, fazem mal, bestificam, adoecem e que ainda podem matar as mulheres