Indícios para uma gramaticografia brasileira do Português para estrangeiros: quando a descrição encontra o ensino Documento uri icon

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  • doctoral thesis

abstrato

  • A gramaticografia da língua portuguesa costuma ser dividida em dois períodos: o vernaculista e o científico (SILVIO ELIA, 1976). Contudo, o ensino de português para estrangeiros (PLE) possui especificidades que o diferenciam do ensino de português como língua materna (PLM) (GUERRA, 2016) e, portanto, não deve basear sua gramaticografia nos mesmos parâmetros da gramaticografia do PLM (FONSECA, 2017). Nesse sentido, busca-se argumentar a favor de um percurso historiográfico de gramáticas europeias e norte-americana voltadas ao ensino de PLE a fim de encontrar elementos que apontem possíveis bases para se traçar uma gramaticografia brasileira da área de PLE. Para tanto, utilizou-se como metodologia, o paradigma indiciário de Carlo Ginzburg (1989), através do qual é possível observar indícios na história das gramáticas de PLE que sugerem uma tendência ao uso da comparação entre línguas desde o período vernaculista das gramáticas de PLM. Assim, os resultados encontrados sugerem que ainda no século XVII, antes de surgir o método histórico-comparativo para a investigação linguística e o ensino de línguas (século XIX), que caracteriza o segundo período das gramáticas de PLM, algumas gramáticas de português destinadas ao público não falante desta língua já utilizavam a comparação entre línguas. Além disso, estas gramáticas costumavam dar certa importância ao léxico, algo que nem sempre era frequente nas gramáticas de PLM. Assim, a necessidade de se estabelecer uma sequência cronológica dessas gramáticas importa para reconhecer e preservar a memória do ensino de PLE que começou como uma prática alternativa no passado e tende, na atualidade, a se consolidar como área de estudos autônoma. Isto é o que hoje já se busca fazer em universidades brasileiras
  • The grammaticography of the Portuguese language is usually divided into two periods: the vernaculist and the scientific (SILVIO ELIA, 1976). However, teaching Portuguese for foreigners (PLE) has specificities that differentiate it from teaching Portuguese as a mother language (PLM) (GUERRA, 2016) and, therefore, it shouldn’t base its grammaticography on the same parameters as PLM grammaticography (FONSECA, 2017). In this sense, we seek to argue in favor of a historiographic path of European and North American grammars aimed at teaching PLE to find elements that point out possible bases for tracing a Brazilian grammaticography of the PLE area. For that, Carlo Ginzburg's (1989) indicative paradigm was used as methodology, through which it is possible to observe clues in the history of PLE grammars that suggest a tendency to use the comparison between languages since the vernaculist period of PLM grammars. So, the results found suggest that even in the 17th century, before the historical-comparative method for linguistic research and language teaching (19th century), which characterizes the second period of PLM grammars, some Portuguese grammars intended for the non-speakers of this language already used the comparison between languages. In addition, these grammars used to give a certain importance to the lexicon, something that was not always frequent in PLM grammars. So, the need to establish a chronological sequence of these grammars matters to recognize and preserve the memory of teaching PLE that started as an alternative practice in the past and tends, today, to consolidate itself as an autonomous area of study. This is what is currently being sought at Brazilian universities. This is what we are currently trying to do at Brazilian universities

data de publicação

  • 2020-01-01