Mal-estar em tempos acelerados: performance, autonomia e sofrimento depressivo na contemporaneidade Documento uri icon

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  • master thesis

abstrato

  • No decorrer dos Ãltimos dois sÃculos, os elevados nÃveis de desenvolvimento tecnocientÃfico globalizado fomentaram possibilidades para a concretizaÃÃo dos ideais iluministas de emancipaÃÃo humana, individualidade e felicidade, principalmente no que concerne ao progressivo domÃnio do homem sobre a natureza e ao avanÃo de uma racionalidade humana promotora, ao nÃvel do indivÃduo, de maior autonomia e liberdade. Todavia, a dinÃmica social atual apresenta-se marcada pelo paradoxo entre o progressivo desenvolvimento tecnocientÃfico e a crescente escassez de tempo na rotina do homem contemporÃneo, resultando em outros impasses, inclusive em seu tempo livre. No contexto da atual sociedade tecnolÃgica de consumo, em que o prÃprio desejo tende a subordinar-se à lÃgica do mercado, outro paradoxo à observado: uma intensificaÃÃo do mal-estar contemporÃneo, marcado pelo carÃter imperativo dos ideais de performance, felicidade e autonomia, demandados em todas as esferas da vida, e a figura proeminente do sofrimento e do estado depressivo. Ante o exposto, este estudo visa refletir sobre as relaÃÃes entre a dinÃmica social acelerada, mediada pelas novas tecnologias e marcadas pela progressiva instrumentalizaÃÃo da aÃÃo e do pensamento, e os processos de subjetivaÃÃo propulsores das atuais formas de mal-estar psÃquico. Metodologicamente, a pesquisa caracteriza-se pela natureza teÃrico-crÃtica, eminentemente qualitativo, ao trazer, como elemento indiciÃrio da lÃgica instrumentalizante, o discurso do Coaching â discurso este representativo e marcado por ideais performÃticos e consoantes com a lÃgica neoliberal â em articulaÃÃo dialÃtica com uma reflexÃo crÃtica a partir do referencial teÃrico-metodolÃgico da Teoria CrÃtica e da PsicanÃlise. Em termos de elementos conclusivos, observa-se que o fenÃmeno de aceleraÃÃo social à transversalizado pela profusÃo de uma sÃrie de aparatos tecnolÃgicos, pela pulverizaÃÃo midiÃtica de ideais de performance em vÃrias esferas da vida e pela promoÃÃo de um cenÃrio polÃtico neoliberal marcado por um ideÃrio acerca da autonomia individual. Tal conjuntura social aponta para o desenvolvimento de uma lÃgica instrumentalizante que reverbera, em termos dos impasses psicossociais, na hegemonia da pura racionalizaÃÃo da atividade humana e, em Ãltima instÃncia, ao nÃvel das implicaÃÃes psicopatolÃgicas, a instrumentalizaÃÃo frente ao sofrimento psÃquico.

data de publicação

  • 2018-01-01