Transfigurações do vampiro à sombra do mal: a fluidez do lugar do vampiro na literatura Documento uri icon

  •  
  • Visão geral
  •  
  • Pesquisas
  •  
  • Identidade
  •  
  • Ver todos
  •  

tipo

  • doctoral thesis

abstrato

  • Na literatura, figuras monstruosas como o vampiro tradicionalmente desempenharam papeis de antagonismo, representando o mal que existe em um espaço discursivo construído como o lá fora . Mais inquietante que a ideia de que o mal espreita além de nós, entretanto, é a realização de que há, dentro de nós mesmos, uma zona sombria que contém este mesmo mal e que enxergamos tão claramente nesta figura do Outro, que consideramos monstruosa. Esse ser Outro torna-se temido ao pôr em xeque construções sociais e morais estabelecidas e ao potencialmente canalizar aquilo que tememos em nós mesmos, porém não deixamos vir à luz. A presente tese versa sobre a forma como o vampiro literário fora concebido como uma pura representação do mal seja aquele que enxergamos lá fora ou o que tememos em nós mesmos para tornar-se, na contemporaneidade, uma figura cujos lugares não mais permanecem fixos. Para melhor compreender este movimento para além de polarizações binárias como sagrado e profano , luz e trevas e bem e mal , presentes na construção do vampiro desde suas origens míticas até a inserção na literatura, a tese lançará um olhar para obras seminais e contemporâneas da literatura vampiresca em diálogo com diferentes perspectivas religiosas, filosóficas, literárias no que traduzem a natureza dinâmica, ambivalente do mal. Poderosa superfície refletora da sociedade, a figura do vampiro passa a espelhar a construção das identidades contemporâneas no que estas apresentam-se mais fluidas e interessadas em favorecer aditivas em detrimento de alternativas, assim como em verificar as coincidências de opostos ao invés de meramente polarizá-los. Buscando sua própria ressignificação, o vampiro assume sua natureza, o protagonismo de sua narrativa e passa a valorar-se por sistemas que não mais o confinam nos lugares fixos que previamente ocupara, promulgando contínuas transfigurações no que paira à sombra do mal
  • When it comes to literature, monstrous figures such as the vampire have traditionally played antagonistic roles, embodying the evil that exists in a discursive space constructed as the outside . More frightening than the idea that evil lurks beyond us, however, is the realization that there is, within ourselves, darkness that contains that same evil which we see so distinctively in the figure of the monstrous Other . This Other is feared as it questions our established social and moral constructs and may potentially channel what we fear in ourselves and try to prevent from coming to surface. This thesis elaborates on the way that the literary vampire was conceived as a pure representation of evil whether that which lies beyond us or that which we fear in ourselves to become, in contemporaneity, a figure whose places no longer remain rigid. In order to comprehend this movement beyond binary polarizations such as sacred and profane , light and darkness and good and evil which have been present in the construction of the vampire from its mythical origins to its insertion in literature this thesis will cast a look upon seminal and contemporary works of vampire fiction while also considering different perspectives religious, philosophical, literary that point to the dynamic, ambivalent nature of evil. A powerful reflective device, the figure of the vampire comes to mirror the construction of contemporary identities as they become more fluid and interested in favoring additions instead of alternatives, as well as verifying how opposites may coincide instead of merely polarizing them. As it seeks to resignify itself, the vampire figure embraces its nature, takes on the role of the protagonist and starts to value itself through frameworks that no longer confine it to the rigid places it once occupied, enacting continuous transfigurations as it hovers over the shadow of evil

data de publicação

  • 2018-01-01