Essa presente pesquisa, trabalhando a partir da perspectiva de saberes localizados, tem como objetivo explicitar o impacto da lesbianidade em um mundo heterocentrado para a subjetividade de mulheres lésbicas. Partindo da importância de quebrar os silêncios impostos e da exposição de histórias de três mulheres criadas com a experiência-escuta-lida que afeta a pesquisadora, este texto trabalhará com problemáticas que compreendem a heterossexualidade enquanto compulsória para todas as mulheres. Além disso, perpassará temáticas que afetam o corpo lésbico como o relacionalismo e a mercantilização dos corpos lésbicos, a invisibilidade lésbica e o auto ódio lésbico internalizado. Apontará as práticas que têm recebido mulheres lésbicas na clínica e qual a consequência dessas práticas lesbofóbicas que se mostram, inclusive, dentro do espaço psicoterapêutico. A pesquisa aposta em uma clínica despatologizante, afinando os sentidos para a compreensão e acolhimento das emoções de mulheres lésbicas e da possibilidade do exercício de uma clínica como invenção narrativa, entendendo o vínculo e a invenção de um novo sentido para o termo mulher como urgentes para a construção de uma subjetividade lésbica menos adoecida.