Este trabalho realiza um estudo sobre a especificidade da relaÃÃo entre pai e filha para interrogar se a funÃÃo paterna teria alguma influÃncia sobre o advento da feminilidade para uma filha. Desta maneira, seu objetivo principal consiste em identificar, a partir da anÃlise do romance Grande SertÃo: Veredas, de JoÃo GuimarÃes Rosa, os caminhos que viabilizem um novo dizer no que concerne à relaÃÃo entre a funÃÃo paterna e a feminilidade e que esteja alicerÃado nas elaboraÃÃes de Sigmund Freud e Jacques Lacan. Ao recorrer tanto ao romance de GuimarÃes Rosa quanto Ãs elaboraÃÃes psicanalÃticas de Freud e Lacan, a presente investigaÃÃo constata a abertura epistÃmica promovida por estes textos em torno das questÃes sobre o pai bem como sobre a feminilidade e se insere na continuidade das reflexÃes sobre o tema. Para tanto, apÃia-se nas formas inÃditas de dizer viabilizadas pela criaÃÃo literÃria, nos avanÃos teÃricos promovidos pela obra freudiana e nas ampliaÃÃes destas mesmas aquisiÃÃes teÃricas proporcionadas pelas elaboraÃÃes lacanianas. Especificamente no que diz respeito a estas Ãltimas, o trabalho conta com o alargamento das reflexÃes sobre a funÃÃo paterna na contribuiÃÃo teÃrica de Lacan ao introduzir o conceito de Nome-do-Pai. Daà o tÃtulo desta investigaÃÃo - âOs Nomes-do-Pai no Grande SertÃo: Veredas para a feminilidade?â â ser interrogativo, portanto, nÃo-conclusivo, uma vez que nÃo poderia pretender a insensatez de um fechamento das questÃes aqui abordadas, tampouco da obra literÃria. Isto, evidentemente, nÃo impede que algo mais seja dito. Portanto, a hipÃtese levantada neste trabalho consiste em verificar se, no Grande SertÃo: Veredas, a relaÃÃo mantida entre o personagem Diadorim e seu pai, Joca Ramiro, impediu ou viabilizou o acesso daquele à feminilidade. Ao final, o que se conclui à que esta relaÃÃo favoreceu um acesso muito peculiar de Diadorim ao infinito em que a feminilidade se constitui. Por conseguinte, as veredas da investigaÃÃo se mantÃm em aberto suscitando novas descobertas.