Esta dissertação tem como objetivo, a partir de uma visão dialógica de linguagem, identificar as possíveis normas que professores de E/LE vêm construindo no decorrer de sua atividade de trabalho junto a alunos portadores de deficiência visual (DV). Nosso corpus é constituído pela fala de docentes de E/LE sobre sua atividade de trabalho com discentes deficientes visuais e foi obtido a partir da aplicação da Instrução ao Sósia, procedimento de coleta de dados que visa fazer com que um sujeito fale sobre sua experiência de trabalho (Oddone, 1982). Com relação à linguagem, seguimos as propostas da Análise do Discurso de base enunciativa (Maingueneau, 2001) e as noções de gênero de discurso e de polifonia (Bakhtin, 1986). No que se refere a uma melhor compreensão do trabalho do professor, valemo-nos de conceitos advindos das Ciências do Trabalho (Daniellou, 2002, Noroudine, 2002, Souza-e-Silva, 2002, Amigues, 2004, Schwartz, 2004, Telles & Alvarez, 2004). Os resultados alcançados permitem-nos o acesso a saberes oriundos da prática docente voltada para o processo de ensino / aprendizagem de discentes portadores de DV. Além disso, contribuem com os debates referentes à educação inclusiva e à necessidade de valorização da experiência de trabalho do professor. Ademais de divulgar esses resultados, temos o compromisso ético de apresentá-los aos sujeitos de nossa pesquisa, para que possam obter um retorno do estudo realizado a partir das informações que compartilharam conosco
