A tese aborda a presença do transumanismo na literatura de língua inglesa, notadamente na obra Frankenstein, de Mary Shelley. Embora publicada em 1818, esta obra se revela um marco na história da literatura por uma série de razões. Além de ser considerada por muitos estudiosos um dos primeiros romances do incipiente gênero da ficção científica, a consideramos uma obra igualmente importante por apresentar características que seriam percebidas nos séculos XX e XXI no que chamamos de transumanismo. Trata-se de um movimento intelectual e cultural que apoia o uso ético da tecnologia e das ciências para melhorar a condição humana. O cientista Victor Frankenstein, ao iniciar os seus estudos em Ingolstadt estava imbuído de tais princípios. Ao longo dos séculos seguintes as tecnologias colocadas à disposição do homem se aperfeiçoaram, mas as intenções de aprimoramento da qualidade de vida se mantiveram. A maquinização do corpo humano, sua ciborguização e busca pela longevidade e imortalidade passam a nortear as preocupações de novos autores, como nas obras estudadas de Philip K. Dick e Max Barry, Androides sonham com ovelhas elétricas? e Homem-Máquina.
The thesis is about the presence of transhumanism in the literatures of the English language, notably in the novel Frankenstein, by Mary Shelley. Although it was published in 1818, this work stands apart as a mark in the history of literature for a number of reasons. Besides being considered by many scholars one of the first novels in the incipient genre of science fiction, we deem it an equally important book for presenting features that would be noticed in the twentieth and twenty-first centuries in what we call transhumanism. It is a cultural and intellectual movement that supports the ethical use of technology and of sciences to improve the human condition. The scientist Victor Frankenstein was imbued with these principles upon beginning his studies at Ingolstadt. Throughout the following centuries the technologies at man s disposal were perfected, but the intentions of enhancing the quality of life were kept. The mechanization of the human body, its ciborgization and search for longevity and immortality started to become the preoccupations of new authors, as in the analyzed works of Philip K. Dick and Max Barry, Do androids dream of electric sheep and Machine man.
