O presente trabalho tem como objetivo recolher, do campo da psicanálise, contribuições que ajudem a pensar casos difíceis, nos quais a violência comparece tanto no seu aspecto institucional, quanto no aspecto clínico. Partimos de duas vias de investigação: a primeira busca compreender como a concepção de violência é construída e operacionalizada, a partir de parâmetros científicos. Tendo em vista os limites da ciência enquanto um método que não alcança operar sobre o real, no sentido lacaniano deste termo, as seguintes questões surgiram: em que medida o limite metodológico da ciência não exclui o sujeito? o que é, em si, uma forma de violência. Em que a psicanálise pode contribuir quanto a esse aspecto? Para abordar a primeira questão, trazemos alguns aspectos de outros saberes sobre a violência, buscando um diálogo deles com conceitos da psicanálise. Na investigação da segunda questão, percorremos o ensino de Freud e o de Lacan, procurando situar como a psicanálise pode abordar, na clínica singular do sujeito, a problemática da violência e como suas teorizações podem contribuir para essa temática. Sintoma, fantasia e gozo foram alguns dos conceitos capitais encontrados ao longo dessa investigação, que se desenvolveu através da análise de um caso clínico em que a violência se apresenta tanto pela via institucional, como familiar
