A hospitalidade se configura como um novo campo de saber, demandado em um mundo plural onde movimentos globalizantes exigem o aprendizado do viver junto. Nessa diversidade de recortes possíveis percebe-se uma pluralidade que torna pertinente questionar: existe uma imagem da hospitalidade? A questão central deste trabalho é, a partir do olhar sociológico, conhecer as imagens da hospitalidade, os significados atribuídos a ela e suas relações com a dimensão simbólica e arquetípica. Essa colocação se justifica dada a atualidade do tema. A discussão da imagem requer entender esta sociedade contemporânea, onde se consome, mais que objetos, imagens. Na perspectiva da modernidade, entende-se imagens como representações, no contexto de um imaginário resultante do discurso ideológico produzido na globalização do capitalismo. Nessa discussão, duas visões mostram-se fundamentais: ideologia, porque imagem, e encontro, porque hospitalidade. Tomou-se como evidência empírica a percepção de alunos do Mestrado em Hospitalidade da UAM, representantes do pensamento acadêmico e, em uma proposta de confrontação, buscou-se o entendimento de senso comum, a partir de pessoas da população da cidade de São Paulo de modo geral. As imagens foram obtidas com base na associação da hospitalidade com a imagem de um animal, uma personalidade, um lugar, um objeto. A análise dos resultados mostrou vinculações entre as imagens atribuídas à hospitalidade e os conteúdos simbólicos, míticos e arquetípicos associados a ela, já presentes em diversas literaturas. Essa reflexão possibilitou desenhar um novo entendimento da hospitalidade na relação de quatro elementos fundantes: limite, alteridade, identidade e encontro.
