A violência doméstica contra a mulher por parceiro íntimo tem se tornado pauta de estudos e criação de políticas públicas para a compreensão da dinâmica e seu enfrentamento, sendo essencial o conhecimento das características e dos dados de ocorrência para planejar intervenções. O objetivo desse trabalho é caracterizar as notificações de violência doméstica contra a mulher em Santa Catarina de 2017 a 2018. Trata-se de um estudo quantitativo e transversal, com dados secundários no qual foram avaliadas informações de 5595 Fichas de Notificação Compulsória de Violência contra a mulher, realizados no âmbito da saúde e disponibilizados pelo Diretoria de Vigilância Epidemiológica, de Santa Catarina. A análise foi realizada através do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e foram analisados a partir do teste Qui-quadrado de Pearson e através de um modelo de regressão múltipla, considerando significância com valor de p<0,05. O estudo mostrou associações significativas entre violência doméstica e violência psicólogica (66,7%) , física (58,9%) e financeira (74,6%), incluindo associação com violência de repetição (76,1%), assim como encaminhamentos para o âmbito da saúde (50,9%), assistência social (63,5%) e Delegacias da Mulher (64,8%). Para além, através do modelo de regressão logística, evidenciou-se que a violência doméstica está associada a mulher jovem (segunda e terceira década de vida), escolaridade entre ensino fundamental incompleto a ensino médio completo, casada ou separada, quando o agressor usa força corporal ou ameaça, é do sexo masculino e está alcoolizado no momento da agressão. Observa-se que a Notificação de Violência pode oferecer subsídios para intervenções de promoção de saúde e para a gestão de todos os dispositivos da rede de atenção a saúde.