A Construção da Ordem Política como Processo de Longa Duração: Estados Pós-Coloniais e Desenvolvimento Desigual na América Latina (c.1770-1945) Documento uri icon

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  • doctoral thesis

abstrato

  • Este trabalho pretende rediscutir a formação histórica dos estados modernos na América Latina, mobilizando uma crítica ao eurocentrismo como plataforma de reconstrução conceitual. O argumento principal é que a autoconstrução institucional desses estados foi propulsionada por um dínamo causal que conectava o alargamento do ciclo extrativo-coercitivo às oportunidades fiscais do ciclo sistêmico liderado pela industrialização britânica no “longo século XIX”. Durante a Era das Revoluções (1770-1840), que marca o arranque do ciclo, a crise dos impérios ibéricos produziu uma abertura do horizonte de possibilidades. No contexto das independências, a disputa por imaginários incompatíveis de ordem política se combinou com uma tendência à proliferação de reivindicações autonômicas de províncias, regiões e cidades. Diante disso, a reciprocidade formada entre estadistas e capitalistas teve como subproduto um processo longo de desencaixe desses espaços locais, cada vez mais subordinados às injunções de um liberalismo hegemônico. Nesse sentido, a nacionalização da disputa política é também um fechamento do horizonte de possíveis abertos no ciclo das independências. A tese desenvolve três estudos de caso para projetar empiricamente essa explicação em trajetórias particulares. Através do percurso, a tese rejeita a hipótese de replicação, na qual os estados latino-americanos são considerados unidades analiticamente equivalentes e independentes do processo que ocorreu na Europa. A contrapartida é partir das conexões mundiais que envolvem Europa e América Latina no mesmo processo de expansão, embora desigual, do sistema interestatal moderno. A crítica ao eurocentrismo, nesse sentido, é encaminhada como uma reconstrução conceitual que traga ao primeiro plano a dimensão imperial da política moderna e o desenvolvimento desigual da economia mundial capitalista.
  • This dissertation intends to rediscuss the historical formation of modern states in Latin America, calling upon a critique of Eurocentrism as platform of conceptual reconstruction. The main argument is that institutional buildup was propelled by the connection between an enlargement of the coercive-extractive cycle and the fiscal opportunities of British world hegemony during the “long XIX century”. During the Age of Revolutions (1770-1840), which stands in the beginning of the cycle, the Iberian empires crisis had broadened the horizon of historical possibilities. During Latin American independencies, the struggle among opposing imaginaries of political order has intertwined with the proliferation of autonomic vindications of provinces, regions and cities. In this context, the link formed between capitalists and state-makers resulted, as a by-product, in a long process of disentanglement of these local spaces, as they became more subordinated to hegemonic liberalism. Hence, the nationalization of political dispute is also a closure in the horizon of possibilities opened during anti-imperial struggles. The dissertation develops three case studies to cast this explanation into particular trajectories. Along the way, it rejects the replication hypothesis, by which Latin American states are considered unit-like cases of the process previously fulfilled in Europe. The theoretical counterposition emphasizes world connections that encompass Europe and Latin America in the same and unequal process of development of the modern interstate system. The critique of Eurocentrism, in this sense, is developed as a conceptual reconstruction that brings to the forefront the imperial dimension of modern politics and unequal development in capitalist world economy.

data de publicação

  • 2019-01-01