Este trabalho tem por objetivo analisar como as questões de raça, gênero e nacionalidade se interseccionam nas experiências de mulheres com status de refugiada africana no Brasil. Para tanto, será utilizado o conceito de universo institucional de refúgio, noção cunhada por Angela Facundo (2014), como referência para interpelar o debate crescente sobre o fluxo de pessoas solicitantes de refúgio no contexto brasileiro nos últimos anos. No bojo dessas temáticas transversais, vê-se a imagem de um Brasil projetado com notoriedade pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e seus equipamentos socias, bem como a imagem de um país de referência para o acolhimento aos refugiados, sobretudo, frente ao seu caráter exemplar de avançadas legislações e ações que promovem a integração local dos solicitantes de refúgio em contexto nacional. Tais discursos de elogio tanto localizam as políticas de governo quanto incluem conteúdos relacionados ao caráter humanitário do Brasil, enquanto um Estado-nação, com um passado receptivo aos imigrantes. Nesse sentido, analiso, nesta pesquisa, algumas reflexões acerca das formas de institucionalização que impactam diretamente nas relações de integração local de mulheres que receberam o status de refugiada africana para compor a sociedade brasileira
This study aims to analyze how the issues of race, gender and nationality intersect in the experiences of women with African refugee status, using, for this purpose, the concept of institcuial universe of refuge, a term coined by Angela Facundo, as a reference to interpellate the growing debate about the flow of people seeking refuge in Brazil in the context of recent years. In the midst of these cross-cutting themes, we see the image of a Brazil projected notoriously by the United Nations High Commission for Refugees (UNHCR) and its partner facilities, as well as a reference country for receiving refugees, especially in view of their character example of advanced legislation and actions that promote the local integration of refugee applicants in a national context. Such praise addresses both government policies and includes content related to the humanitarian character of Brazil as a nation-state with a past that is receptive to immigrants. In this sense, I try to present some reflections about the forms of institutionalization that directly impact on the local integration relationships of women who have received the status of African refugee to compose the Brazilian society
