A presente pesquisa se insere no campo de estudos das relações de gênero e geracionais como estudo qualitativo a respeito da experiência das mulheres cuidadoras dos idosos portadores de síndromes demenciais atendidos no Núcleo de Atenção à Saúde do Idoso (NAI), ambulatório de assistência integral à Saúde do Idoso que pertence ao Hospital Universitário Pedro Ernesto e à Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O envelhecimento populacional brasileiro é um processo crescente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa, em 2013, já representava mais de 21 milhões de pessoas. O envelhecimento da população brasileira é reflexo do aumento da expectativa de vida, devido ao avanço no campo da saúde e à redução da taxa de natalidade, e tem sido acompanhado por mudanças nas estruturas e nos papéis da família, a qual é vista atualmente como a principal responsável pela provisão dos cuidados aos seus idosos. Nas últimas décadas, deparamo-nos com uma dupla transformação: uma transição no âmbito demográfico e outra no perfil epidemiológico. As políticas públicas de proteção aos idosos consideram a família, a sociedade e o Estado responsáveis pelo cuidado. Entretanto, na prática, este tem sido visto como uma questão privada e não pública, cabendo, sobretudo, à família, principalmente, à mulher a tarefa de cuidar dos idosos. A partir da análise de conteúdo de dez entrevistas com mulheres cuidadoras, verificamos que grande parte destas afirmou que o seu adoecimento tem perpassado o processo de cuidar de um idoso com dependência, assim como percebemos a restrição de sociabilidade e a queixa da falta de apoio dos demais familiares e do Estado através de políticas formais voltadas para cuidados aos idosos com dependência. No que se refere aos principais problemas de saúde identificamos a depressão, hipertensão arterial e problemas ostearticulares. As mulheres cuidadoras revelam a experiência do cuidado como um processo multidimensional, que apresentam aspectos sociais, práticos, subjetivos, culturais, hierárquicos e históricos, mas também definem-na o cuidado como um valor moral e não uma sobrecarga.
This research forms part of the field studies of gender and generational relations as qualitative study about the experience of women caregivers of elderly patients with dementia treated at the Care Center for Elderly (NAI), comprehensive care clinic Health Elderly belonging to the Pedro Ernesto University Hospital and the State University of Rio de Janeiro. The Brazilian population aging is a growing process, according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the elderly population in 2013 already accounted for over 21 million people. The aging of the population is due to the increase in life expectancy, due to the advancement in the field of health and reduction of birth rate, and has been accompanied by changes in structures and family roles, which is currently seen as the primarily responsible for the provision of care for their elderly. In recent decades, we are faced with a double change: a transition in the demographic context and another in the epidemiological profile. Public policies for the protection of older people consider the family, society and the State responsible for the care. However, in practice, this has been seen as a private matter and not public, leaving mainly the family, especially to women the task of caring for the elderly. From the ten interviews with women caregivers content analysis, we found that many of these stated that his illness has permeated the process of caring for an elderly with dependence, as well as realize the restriction of sociability and the complaint of lack of support from extended family and the State through formal policies for care for the elderly with dependence. As regards the major health problems identified depression, hypertension and ostearticulares problems. Women caregivers reveal the care experience as a multidimensional process that present social, practical, subjective, cultural, hierarchical and historical aspects, but also defined in care as a moral and not an overload value.
