Análise de aspectos microbiológicos e epidemiológicos de amostras de Estreptococos do Grupo B isoladas de pacientes com câncer atendidos no Instituto Nacional do Câncer (HCI-RJ) durante o período de 2010-2014.
Documento
Although the highest burden of Streptococcus agalactiae infections has been reported in industrialized countries, studies on the characterization and epidemiology are still limited in developing countries and implementation of control strategies remains undefined. The aim of this retrospective study was to assess the epidemiological, clinical, and microbiological aspects of S. agalactiae infections in cancer patients treated at a Reference Brazilian National Cancer Institute - INCA, Rio de Janeiro, Brazil. We reviewed the clinical and laboratory records of all cancer patients identified as having invasive S. agalactiae disease during 2010 2014. The isolates were identified by biochemical analysis and tested for antimicrobial susceptibility. A total of 263 strains of S. agalactiae were isolated from cancer patients who had been clinically and microbiologically classified as infected. S. agalactiae infections were mostly detected among adults with solid tumors (94 %) and/or patients who have used indwelling medical devices (77.2 %) or submitted to surgical procedures (71.5 %). Mortality rates (in-hospital mortality during 30 days after the identification of S. agalactiae) related to invasive S. agalactiae infections (n= 28; 31.1 %) for the specific category of neoplasic diseases were: gastrointestinal (46 %), head and neck (25 %), lung (11 %), hematologic (11 %), gynecologic (4 %), and genitourinary (3 %). We also found an increase in S. agalactiae resistance to erythromycin and clindamycin and the emergence of penicillin-less susceptible isolates. A remarkable number of cases of invasive infections due to S. agalactiae strains was identified, mostly in adult patients. Our findings reinforce the need for S. agalactiae control measures in Brazil, including cancer patients.
Embora a maior carga de infecções por Streptococcus agalactiae tenham sido relatadas em países industrializados, os estudos sobre a caracterização e epidemiologia são limitados nos países em desenvolvimento, onde a implementação de estratégias de controle permanece indefinida. O objetivo deste estudo retrospectivo foi avaliar os aspectos epidemiológicos, clínicos e microbiológicos de infecções por S. agalactiae em pacientes com câncer atendidos no Instituto Nacional de Referência Nacional do Câncer - INCA, Rio de Janeiro, Brasil. Foram revistos os registros clínicos e laboratoriais de todos os pacientes com câncer identificados com doenças invasivas causadas por S. agalactiae durante 2010-2014. Os isolados foram identificados por análises bioquímicas e testados para a susceptibilidade antimicrobiana. Um total de 263 cepas de S. agalactiae foram isolados de pacientes com câncer que tinham sido clinicamente e microbiologicamente classificadas como infectadas. Infecções por S. agalactiae foram geralmente detectados entre os adultos com tumores sólidos (94%) e / ou em pacientes que usaram dispositivos médicos de demora (77,2%) ou submetidos a procedimentos cirúrgicos (71,5%). As taxas de mortalidade (mortalidade intra-hospitalar durante 30 dias após a identificação de S. agalactiae) relacionados a infecções por S. agalactiae invasivos (n = 28; 31,1%) para a categoria específica de doenças neoplásicas foram: gastrintestinal (46%), cabeça e pescoço (25%), pulmão (11%), hematológica (11%), ginecológico (4%), e genito-urinário (3%). Encontramos também um aumento na resistência do S. agalactiae à eritromicina e clindamicina e o surgimento de isolados penicilina menos susceptíveis. Um notável número de casos de infecções invasivas por cepas de S. agalactiae foram identificados, principalmente em doentes adultos. Nossos resultados reforçam a necessidade de medidas de controle de S. agalactiae no Brasil, incluindo pacientes com câncer.