O grupo de pesquisa vem desenvolvendo atividades na recuperação de solos degradados da fronteira sudoeste do Rio Grande do Sul, conhecidos como desertos ou areais. Estes solos de textura arenosa são muito sujeitos aos processos de erosão hídrica e eólica, resultando em severa degradação. As pesquisas determinaram as principais alterações nas propriedades do solo, com destaque a lixiviação de bases e a elevada presença de alumínio no complexo de troca, fato que limita mais o desenvolvimento vegetal do que a ausência de precipitação. Entre as estratégias de recuperação destaca-se o incremento do teor de matéria orgânica, da fertilidade e a utilização de plantas de cobertura do solo. O sistema plantio direto também tem se destacado como alternativa de manejo destes solos. Outra atividade do grupo é a condução de um experimento de perdas de solo e água sob chuva natural avaliando o sistema plantio direto com uso de culturas de cobertura de inverno e verão em sucessão ao milho e a soja, como culturas econômicas. Este experimento revelou que os sistemas conservacionistas foram eficientes no controle da erosão mesmo durante os períodos de anomalia climática como o EL Niño. Os padrões de chuva predominante em Santa Maria também foram avaliados utilizando pluviogramas revelando que o padrão predominante é o avançado, embora o atrasado seja o de maior erosividade. Estes resultados contrariam os encontrados em clima temperado e são úteis em planejamentos conservacionistas. A dinâmica da matéria orgânica em sistemas conservacionistas tem sido avaliada visando estabelecer potenciais de seqüestro ou emissão de CO2. Na média dos experimentos avaliados encontrou-se que o sistema plantio direto com alta adição de resíduos tem potencial de sequestro de 0,5 a 1,5 Mg ha-1 ano-1 . O impacto da dinâmica da matéria orgânica sobre a qualidade do solo e relações com o potencial produtivo tem sido investigada utilizando ferramentas da agricultura de precisão no planalto rio-grandense.
