As atividades deste grupo de pesquisa giram em torno de duas grandes linhas de pesquisa: etnologia indígena e relações interétnicas. A primeira inclui pesquisas sobre organização social e política, cosmologia, teorias da doença, sistemas de comunicação e memória, educacao indígena e conhecimento sobre território. Os povos indígenas focalizados na América do Sul sao: Ashaninka no Acre e no Peru, povos do Alto Rio Negro no Brasil e na Colombia, Yekuana e Yanomami em Roraima e no Amazonas, Kaiabi no Alto Xingu, Apiacá do Pará e Xetá no Paraná. Orientando esses trabalhos está a conviccao de que é preciso revitalizar as pesquisas etnográficas entre povos indígenas, de modo a fazer jus à complexidade e sofisticação desses povos e a aprofundar a compreensão da realidade etnográfica no contexto contemporâneo das relações interétnicas no continente. Ao mesmo tempo, há a expectativa de que a etnografia academica seja paulatinamente acompanhada de auto-etnografias realizadas pelos próprios indígenas, face as crescentes oportunidades de seu ingresso no ensino superior do país.Na segunda linha de pesquisa desenvolvem-se trabalhos de campo e documentais sobre a construção do indigenismo como uma ideologia das relações interétnicas no Brasil e na América Latina,incluindo, dentre outros temas, o papel do Estado em suas diversas vertentes, da igreja, da imprensa e de outros atores na arena interétnica (ONGs, empresas, etc.),além das vicissitudes advindas do contato com o branco na re-significação das cosmologias indígenas. Uma parte importante dessa linha é o foco nos sistemas regionais de interligações históricas, políticas e comerciais,conectando povos indígenas e até mesmo populações regionais hoje espacialmente distantes e aparentemente desvinculadas entre si, cruzando, inclusive, fronteiras internacionais.
