Nosso grupo estuda a biologia de microrganismos magnetotáticos que são bactérias capazes de se orientar e navegar ao longo das linhas de um campo magnético no fenômeno chamado de magnetotaxia. A magnetotaxia é possível devido à produção de organelas citoplasmáticas chamadas magnetossomos. Os magnetossomos são formados por uma nanopartícula cristalina magnética envolvida por uma membrana lipídica contendo proteínas especificas para a produção das nanopartículas. A característica mais importante dos magnetossomos é o fato de que sua produção é controlada geneticamente pelas bactérias magnetotáticas, o que resulta na formação de cristais com alta organização estrutural, pureza química e tamanho definidos. O estudo da formação dos magnetossomos pode levar ao entendimento dos mecanismos envolvidos em sua síntese, possivelmente permitindo a interferência na sua produção. Estes estudos permitirão avançar os conhecimentos na área de biologia celular de organismos formadores de minerais através da utilização de uma abordagem multidisciplinar para o estudo dos processos de formação de nanomateriais biológicos. Nosso grupo também dedica-se ao estudo da diversidade microbiana e cultivo de bactérias magnetotáticas como estratégia para o entendimento da biomineralização dos magnetossomos e a evolução da magnetotaxia. O potencial biotecnológico para aplicações dos magnetossomos é elevado devido às características singulares dessas partículas. Através do estabelecimento das culturas de bactérias magnetotáticas em bioreatores, a produção de magnetossomos é viabilizada em estudos de aplicações biotecnológicas na área biomédica.