A atuação do Sistema de Justiça Criminal (SJC) no Brasil é marcada pela permanência de tradições autoritárias. A legitimação da violência está assentada em discursos de segurança e ordem, fundados na punição, segregação e vigilância. Há algumas décadas, os estudos da Criminologia Crítica vêm apontando para um padrão de atuação de suas agências permeado pela seletividade, neutralização da pobreza, ilegalidades e reprodução das injustiças e desigualdades existentes na sociedade, dentre as quais as de gênero. O Grupo Asa Branca de Criminologia surge a partir dessa tradição. O objetivo é compreender, por meio de pesquisas empíricas, os discursos e sensibilidades jurídicas dos seus atores, atentando para as representações sociais sobre a mulher por eles reproduzidas, além de investigar os impactos e processos de expansão do sistema punitivo, estudando, ainda, as possíveis alternativas a esse modo de resolução de conflitos.