A paracoccidioidomicose é uma doença granulomatosa. Estudamos anteriormente a celularidade e a arquitetura das lesões granulomatosas desenvolvidos por camundongos infectados com P. brasiliensis, e observamos correlação destes parâmetros com evolução ou controle da infecção.O presente projeto visa estudar o granuloma induzido na infecção murina experimental com este fungo, caracterizando a expressão de diferentes componentes da matriz extracelular (MEC), como fibras colágenas, assim como citocinas granulomatogênicas (TNF-alfa), anti-fibróticas (IFN-gama), fibrogênicas (TGF-beta) e com participação no remodelamento tecidual (osteopontina-OPN).O processo inflamatório crônico tecidual pode estar associado a um balanço entre síntese e degradação da MEC, envolvendo a participação de enzimas proteolíticas, tais como metaloproteinases da matriz (MMPs), além de produtos secretados pelo fungo, que em conjunto podem regular os processos de destruição e reparo tecidual e os diferentes eventos celulares ocorridos durante a infecção granulomatosa induzida por P. brasiliensis. O presente projeto tem também por objetivo avaliar a participação de MMPs na degradação de componentes da MEC durante a resposta inflamatória granulomatosa desenvolvida nesta infecção. Na doença humana, apesar das terapias anti-fúngicas efetivas, a maioria dos pacientes desenvolve seqüelas fibróticas que comprometem sua qualidade de vida. Verificamos em nosso modelo experimental que o depósito de componentes da MEC pode levar ao controle da disseminação fúngica, mas também ao estabelecimento de fibrose. Dada a ausência de tratamento adequado para evitar, controlar ou reverter este fenômeno, o objetivo deste trabalho é testar alguns tratamentos que interferem na fibrose.Este conjunto de abordagens representa um esforço integrado para compreender as complexas interações que ocorrem no granuloma paracoccidioidomicótico, assim como uma tentativa de interferir nos processos.