A transição demográfica e epidemiológica que o país vivencia, combinada com os avanços tecnológicos realizados na área da saúde, têm resultado em um crescente aumento nos gastos desse setor, impondo uma nova agenda sobre a necessidade de um acompanhamento sistemático dos indicadores de saúde e identificação das principais doenças e agravos. No campo das políticas na área de saúde, o planejamento tem sido realizado com base nas informações sobre mortalidade. No entanto, medidas de mortalidade são insuficientes para avaliar o estado real de saúde de uma população, uma vez que indicadores de saúde precisam mensurar ganhos não apenas na quantidade, mas também da qualidade de vida. O Estudo da Carga Global de Doença, por meio de seu indicador, o DALY (disability-adjusted life years), tem por objetivo quantificar, simultaneamente, o impacto da mortalidade e dos problemas de saúde que afetam a qualidade de vida dos indivíduos. A mensuração dos eventos não-fatais é feita com base em informações sobre doenças específicas, ao invés de estados de saúde, o que pode ser de grande valia para o desenvolvimento e implantação de políticas públicas na área da saúde.A partir da realização do primeiro Estudo de Carga Global, Brasil, 1998, realizado no período 2000-2002, a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) assumiu a liderança neste processo de discussão em nível nacional, apresentando uma série de análises nessa área com destaque para a projeção da Carga de Doença para o Brasil. Além disso, propõe-se a introduzir junto à pós-graduação de ensino a formação de alunos neste campo do conhecimento.