A aplicação da radiação ionizante no contexto da conservação de livros e outros documentos históricos antecede 1960, quando a sensibilidade de alguns microorganismos à radiação foi verificada. A desinfecção e a desinfestação têm sido obtidas a partir de irradiadores gama de Co-60. A transferência da energia da radiação ocorre por meio da interação da radiação com o material irradiado, originando moléculas mais reativas e átomos excitados ou eletricamente carregados (íons). Os produtos dessa interação dão continuidade ao processo. Como resultado, ocorre a inativação de microorganismos e insetos. Por outro lado, os objetos a serem desinfestados ou desinfectados são constituídos, em grande parte, por compostos orgânicos que, durante a irradiação, também sofrem alterações nas suas propriedades físicas e estruturais. Estudo dos efeitos da radiação gama no tratamento de desinfecção e desinfestação de bens culturais constituídos de diferentes tipos de materiais. As vantagens do processo de irradiação com raios gama, tais como: considerado um processo de tratamento a frio, alto poder de penetração da radiação eletromagnética, inexistência resíduos tóxicos nos produtos tratados, associadas às recentes proibições do uso de metodologias baseadas em agentes tóxicos como o óxido de etileno, transformam este tratamento numa alternativa importante na descontaminação de acervos públicos e privados em papéis e outros materiais atacados por insetos ou microorganismos.
