O assunto deste grupo, assim como da própria Psicanálise é o ser humano, e este não consiste apenas na realidade psíquica: habita um corpo, vive em sociedade, adota costumes e crenças, produz obras de arte, lida com os outros e por vezes os maltrata. A Psicanálise não pode nem pretende dar conta da totalidade dos fenômenos humanos, mas tem sua palavra a dizer sobre muitos deles, graças a um sistema conceitual extremamente sofisticado e a um método de interpretação cuja flexibilidade e sutileza não cessam de surpreender (MEZAN, 1998, p.10).O saber da ciência psicanalítica construiu um objeto cujo vigor e verdade estão sustentados na subversão dos propósitos de objetividade e controle que toda ciência advoga, e, por isso, exige revisão de cânones, atraindo para si, dentro do campo científico, toda a espécie de resistência.Falar em Psicanálise é, também, falar em processo, em interação e em desprendimento ao se tentar alcançar a verdade em realidades fixas e imutáveis. É abrir mão do tempo vigente, cronológico, é propor trabalhar em uma dimensão de tempo em que um sujeito se estrutura, se cria, se inventa, e que, por isso, é um tempo singular, inaplicável a outro, é um tempo que só tem lógica se considerado na dimensão da lógica do sujeito em questão, ou seja, a lógica do inconsciente.Dessa forma, o objetivo do grupo é manter a tradição psicanalítica, que tanto contribuiu para dar sentido ao seu século de nascimento; agora na pós-modernidade a mesma convicção: realizar uma exploração audaciosa dos recessos e dos mecanismos da mente humana. A Psicanálise reconhece o poder das paixões, mas acredita que o conhecimento de si, adquirido pela experiência do contato com o outro nas condições específicas da situação analítica, seja capaz de as colocar a serviço da liberdade interna e da diminuição dos sofrimentos inúteis que tão bem os seres humanos sabem se impor.