O Grupo parte da hipótese de que os componentes típicos e os processos constitutivos da modernidade estão a incrementar sua natureza reflexiva, radicalizando-se. Nestas condições, diferentes dilemas se manifestam na vida cotidiana, na estrutura social e nas instituições em geral. Generaliza-se uma dinâmica de sofrimento organizacional. Nas partes periféricas do mundo, a modernidade se radicaliza de modo tenso e imperfeito, pois entra em contato com a miséria social expandida, passando a interagir com uma sociabilidade explosiva, pouco cívica e democrática. O entrelaçamento de modernidade radicalizada e condição periférica repercute intensamente nas práticas sociais e nas formas de organização, subvertendo o que estava instituído e complicando dramaticamente todas as agendas. Com base nesta hipótese geral, o GP objetiva dar abrigo e potencializar pesquisas individuais e coletivas que busquem analisar os processos contemporâneos de fragmentação e individualização, bem como suas repercussões mais imediatamente políticas e institucionais. Procura assim incentivar a investigação em quatro dimensões específicas: (a) a do Estado, dos sistemas políticos e da governabilidade; (b) a do modo de vida, em seus múltiplos aspectos sócio-culturais; c) a das organizações, na qual se destacam as temáticas da racionalidade, da burocracia e do desencantamento; (d) a da reflexão sobre os temas, os problemas e as teorias da atual etapa da modernização capitalista. A expectativa é que o Grupo possa contribuir para uma abordagem mais sistemática e aprofundada de diferentes aspectos da sociabilidade contemporânea, marcada pela corrosão da política, pela individualização e pela fragmentação.
