A perda de biodiversidade atingiu proporções alarmantes, e é provável que os valores de extinção de espécies sejam subestimados. A quantidade de espécies descritas é cerca de 1,4 milhão até o momento e isso certamente representa apenas uma fração do total de espécies que se estima ocorrer na Terra. A Região Neotropical abriga o segundo maior número de espécies de gerromorfos e o maior número de espécies de nepomorfos. Entretanto, dada a tendência atual na especialização e treinamento de taxonomistas, o déficit existente entre o que é conhecido e o que ainda está por ser conhecido perdurará por muito tempo ainda. No Brasil, só foram treinados dois taxonomistas especialistas nessa fauna.A identificação desses insetos em nível de espécie, em trabalhos de ecologia da conservação, é quase inexistente. Muitos acreditam que correlacionar variáveis ambientais com comunidades possa revelar importantes características dos ecossistemas, se forem usadas categorias taxonômicas supra-específicas. Outros deparam-se com a impossibilidade de identificar espécimes fêmeas de muitas espécies de pequeno porte. Os Nepomorpha apresentam muitos grupos de espécies com representantes crípticos, e poucas características morfológicas podem ser estabelecidas para a sua melhor definição. Ao problema das coletas no Brasil terem se concentrado em poucas localidades, somam-se a tendência de se coletar mais espécimes de grupos de grande porte e o número muito pequeno de grupos de pesquisa dedicados ao estudo da sistemática e filogenia desses insetos em nosso país e na Região Neotropical. O presente grupo de pesquisa pretende estudar a sistemática dos Gerromorpha e Nepomorpha neotropicais, bem como os possíveis padrões de distribuição geográfica detectados, com ênfase nas espécies ocorrentes no Brasil. Serão realizadas análises filogenéticas, no nível de espécie, de grupos de percevejos aquáticos, tentando associar-lhas aspectos da biologia dos táxons envolvidos.
