A área de pesquisa que estuda a liberação controlada de fármacos através da pele vem crescendo intensamente nos últimos anos. Atualmente, o combate ao mal de Parkinson pode ser feito usando o adesivo dermatológico Neupro (contém o princípio ativo rotigotine), o qual proporciona concentrações sanguíneas adequadas e constantes, assim resultando em melhor controle dos sintomas e redução efeitos colaterais. A grande limitação para o tratamento transdérmico é a baixa permeabilidade das moléculas ativas através da pele, muitas vezes insuficientes para alcançar concentrações sanguíneas terapêuticas. Este problema tem sido contornado com o uso de moléculas facilitadoras da permeação, específicas para cada fármaco. Em 2005, foi mostrado que uma combinação de terpenos, uma classe de aumentadores da permeação na pele, derivados de óleos de plantas, com etanol, é capaz de aumentar a taxa de permeação do AZT em até 100 vezes, viabilizando o tratamento transdérmico. O projeto visa compreender os mecanismos de ação das moléculas facilitadoras da permeação na pele, e assim, para um dado fármaco determinar o perfil da molécula facilitadora. Estes estudos são feitos usando uma técnica desenvolvida em nosso laboratório que consiste em inserir moléculas marcadas diretamente no tecido intacto do Stratum Corneum, a camada mais superficial da pele e principal barreira física à permeação. Estas moléculas marcadas com o radical nitróxido geram sinais de Ressonância Paramagnética Eletrônica (RPE) que permitem obter informações sobre o meio em que se encontram, havendo moléculas marcadoras específicas para membranas lipídicas, proteínas e que se difundem particionando nos domínios moleculares do tecido. Em colaboração com pesquisadores e alunos externos o projeto também tem como objetivo estudar membranas, proteínas e as atividades antioxidantes de compostos presentes em plantas.