No Brasil e no cenário internacional, têm sido objeto de crescente número de estudos acadêmicos interdisciplinares vários tipos de processos de reconhecimento, apropriação e acionamento de novos direitos afetos a povos e populações tradicionais. A Amazônia, por toda sua diversidade biocultural, constitui foco privilegiado de interesse e ações nesse sentido. Nas áreas socioambiental e cultural, sobretudo no que tange a conhecimentos tradicionais associados a recursos naturais e/ou a patrimônios coletivos, vêm-se multiplicando na região processos envolvendo pesquisadores, advogados, geógrafos, técnicos, biólogos, engenheiros florestais e agrônomos, empresas, agências públicas e comunidades em negociações em torno de direitos difusos e de eventuais benefícios deles decorrentes. Tais processos, entretanto, ainda são pouco estudados em seus fundamentos e implicações, considerando-se, especialmente, todo seu o seu potencial enquanto experiências multifacetadas de construção de identidades étnico-culturais e memórias coletivas, de (re)territorialização, (re)organização social, negociação de conflitos socioambientais, afirmação e reconhecimento de valores da propriedade intelectual. Nesse cenário, o Grupo, que inicialmente liga professores e estudantes das áreas de Antropologia e Direito a especialistas em estudos da biodiversidade, pretende constituir um núcleo permanente e de referência em projetos e pesquisas interdisciplinares sobre tal temática na Região Oeste do Pará. Informamos, como esclarecimento adicional, que o grupo já nasce com um programa de extensão aprovado Patrimônio cultural na Amazônia: experiências de pesquisa e gestão/Edital Proext, por meio do qual vem realizando atividades preparatórias como a mesa redonda Conhecimentos tradicionais e propriedade intelectual em debate: entre perspectivas de proteção e acesso a mercados, fomentando a integração com pesquisadores externos à UFOPA.