A movimentação no sistema digestivo torna ótima a assimilação dos nutrientes e oportuna a eliminação dos resíduos. A motilidade varia de segmento para segmento, e, conforme as circunstâncias, em um mesmo segmento, graças a conjunto intrincado e pouco conhecido de mecanismos neuro-humorais. Disfunções do trânsito e da motilidade são relevantes na prática médica, como na doença do refluxo gastro-esofágico e na constipação intestinal. Ademais, sintomas funcionais podem advir de distúrbios do trânsito gastrintestinal. E indivíduos com doenças sistêmicas extra-digestivas apresentam distúrbios motores gastrintestinais cuja fisiopatologia é incerta. Cá na Faculdade de Medicina da UFC, a avaliação da motilidade gastrintestinal teve início nos anos 80 quando o Prof. Luiz Capelo, secundado pelo amigo Prof. Hélio Rola, estudaram a motilidade gastrintestinal de cães anestesiados frente à variações agudas da volemia. Esta pesquisa cativou alunos de graduação a complementarem a formação científica junto à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Lá estiveram o Prof. Armenio Santos, estudando o efeito de variações da volemia sobre a motilidade duodenal em cães anestesiados e o esvaziamento gástrico de líquido em ratos acordados e o Prof. Miguel Nobre e Souza, identificando distúrbios da motilidade esofagiana em pacientes com diabetes mellitus. Já o Prof. Marcellus Souza investigou o papel do óxido nítrico na úlcera gástrica. Aqui mesmo na UFC, o Prof. Pedro Magalhães passou a caracterizar o efeito de produtos naturais sobre a contratilidade gastrintestinal in vitro. Já no serviço de cirurgia pediátrica, o Prof. Aldo Melo passou a desenvolver modelos experimentais para estudar distúrbios neonatais de motilidade..Reúne-se assim no presente Núcleo, pesquisadores da UFC interessados no estudo da motilidade gastrintestinal, desde aspectos básicos até afecções da clínica e da cirurgia do sistema digestivo.
