Os conceitos de memória variam tanto quanto são seus proponentes, a aplicação do termo, por razões naturais, invoca-nos de pronto a idéia "praeterita". O senso se faz mais forte no trato de disciplinas como a história, a arqueologia, e a arquitetura, entre outras, onde a noção sedimentou-se desde longo tempo, firmando tal conotação. Para a Ciência da Informação (CI), "locus" a partir de onde perspectivamos nossa observação, passado revela apenas parte da semântica, e esta aplicada a circunstâncias muito específicas. Em CI, memória aproxima-se mais ao conotativo de estoque de informação, invocando a condição de registro memorial da herança cultural humana. A memória produzida ontem tem para a CI o mesmo valor como objeto de estudo que registros centenários, eleitos como representativos de interesse histórico ou patrimonial. Cabe a CI não a reconstituição do passado histórico memorial, antes busca entender a natureza dos registros e os fenômenos que envolvem a criação, o tratamento e o uso social da informação. Para fins de pesquisa deste grupo, explorar as fronteiras com outros campos e as múltiplas maneiras em que a memória dá forma ao presente e é moldado pelas percepções atuais permite formular uma larga escala de perguntas. São questionamentos que se relacionam à formação da consciência histórica e da memória coletiva sem, contudo, perder de vista o objeto primário de interesse: a evolução da cultura, da preservação, do acesso e da gestão da informação, em distintas instituições de memória, bem como os impactos no imaginário contemporâneo apresentados em diversas representações. Busca-se entender o papel da memória em culturas modernas e pré-modernas, bem como a influência das novas mídias na formatação dos conceitos reconstruídos do conhecimento. Propõe-se debater as contribuições teóricas que questionam noções de memória, que colocam o investigador diante de novas metodologias, de novos mecanismos de funcionamento.