A observação antropológica não dispensa, como disse Marcel Mauss, um certo "jogo de categorias", ou seja, a assimilação, o deslocamento e a alteração de conceitos através dos quais se torna possível experimentar determinadas realidades, a princípio, inteiramente alheias. O objetivo dos pesquisadores e estudantes reunidos no grupo de pesquisa Antropologia das Fronteiras Conceituais aponta para a descrição de processos e técnicas em diferentes sistemas conceituais, voltados à seleção e à manipulação de conceitos oriundos de seu exterior (outra sociedade, outra classe social, outra instância cultural ou ideológica). De início, estabelecemos alguns campos etnográficos, definidos seja em comunidades urbanas, rurais, indígenas ou de outras minorias: frentes pioneiras, de expansão, zonas de imigração, roteiros turísticos e de lazer; missões religiosas, científicas e civilizatórias (inclusive indigenistas); projetos de desenvolvimento, programas de modernização, políticas públicas; vanguardas políticas, movimentos culturais, novos estilos artísticos, modas e estrangeirismos.
