Renato Dagnino, quando quase engenheiro, estudou na Universidad de Concepción, no Chile do início dos setenta, o que, das ciências sociais, se colocava como necessário. No Brasil, passou pelo mestrado em Economia do Desenvolvimento na UnB de meados dos setenta - com a dissertação ?Tecnologia Apropriada: uma alternativa? - e pelo doutorado em Ciências Humanas da Unicamp - com uma tese sobre a indústria de armamentos - depois de ter chegado por lá para ajudar a criar a primeira incubadora de empresas do hemisfério sul.
Já professor titular, realizou pós-doutorado em Estudos Sociais da C&T no Science Policy Research Unit na Inglaterra, onde praticou Análise de Política para questionar a forma como lá se percebia a C&T latino-americana, e na Espanha, na Complutense, onde começou a formular os conceitos de anomalia, para entender a política de C&T dos países centrais, e de atipicidade, para explicar a condição periférica.
É professor nas áreas de Análise de Políticas de Ciência Tecnologia e Inovação e de Gestão Pública no Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp, do qual foi um dos organizadores, orientado por Amilcar Herrera, no início dos oitenta. Tem atuado como professor visitante em várias universidades latino-americanas. Seus livros mais importantes são Ciência e Tecnologia no Brasil: o processo decisório e a comunidade de pesquisa; Neutralidade da Ciência e Determinismo Tecnológico; Tecnologia Social: ferramenta para construir outra sociedade; Tecnologia Social: contribuições conceituais e metodológicas; A indústria de Defesa no Governo Lula; Gestão Estratégica Pública; e Tecnociência Solidária, um manual estratégico.
Quando lhe perguntam sobre sua formação, costuma dizer que é filho e neto de engenheiros e se declara ?engenheiro de deformação?. Diz que chegou do Colégio de Aplicação da UFRGS para as exatas, básicas e duras hard sciences. Aquelas que podem ser apalpadas nos laboratórios das universidades e empresas lucrativas do Norte e são chamadas de ?desumanas? pelos das soft sciences, produtores de papéis ?moles?; e que por viver no arquipélago das Humanities ficaram conhecidos como ?inexatos?.
Por ter se desviado, como um jovem militante com o coração vermelho (à esquerda), do território pretensamente exato onde a tecnociência capitalista penetra mentes para torná-las cinzas e desumanas e dificultar a autogestão e o trabalho prazeroso, ele cedo aportou no campo dos Estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade que ajudou a organizar na América Latina. Um penoso esforço de avermelhamento de mente em que, arrostando o establishment acadêmico, muitos se dispuseram a acompanhá-lo, foi demarcando uma rota cognitiva contra-hegemônica. Partindo do Pensamento Latino-americano em Ciência, Tecnologia e Sociedade dos seus gurus, visitando inovacionistas, construtivistas e pensadores marxistas da ciência e da tecnologia, essa rota tem, nos seus conceitos de Adequação Sociotécnica e de Tecnociência Solidária, pontos de passagem para orientar nosso potencial tecnocientífico focando-o noutras demandas cognitivas.
bachelor's at Engenharia Metalúrgica from Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1974), master's at Economy from Universidade de Brasília (1978) and doctorate at Economy from Universidade Estadual de Campinas (1989). He is currently full professor at Universidade Estadual de Campinas, full professor at Universidade Estadual de Campinas and full professor at Universidade Estadual de Campinas. Has experience in Economy, acting on the following subjects: ciência e tecnologia, america latina, brasil, política científica e tecnológica and ciência e estado.