Nos últimos anos, tem se popularizado iniciativas que visam à inclusão social por meio de práticas criativas. Com olhos postos no desenvolvimento socioeconômico, manutenção e autonomia de comunidades artesãs, essas iniciativas têm incorporado o design, visando inserir conceitos na produção artesanal e proporcionar melhor aceitação dos produtos desses grupos pelo mercado. Mais do que o cunho estético, o intuito é apresentá-lo como ferramenta utilizada em parceria com outras áreas. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 ampliou o entendimento de bens culturais, incluindo a representação manual no patrimônio brasileiro, tornando-a passível de preservação. Contudo, essas interações não parecem propor um retorno simplista ao fazer artesanal, e sim uma inversão do olhar balizada pelo respeito e a criatividade. No presente estudo, também se procurou entender as relações entre artesanato e cultura material, posicionando o artesanato como parte dela e como produto cultural diferenciado. Um breve estudo sobre as principais ações de design em comunidades no Brasil estabeleceu análise crítica e comparativa, baseada em estudo de caso acerca da comunidade da Mumbuca, estado do Tocantins - comunidade remanescente quilombola com heranças indígenas, conhecida pelo artesanato com capim dourado. A pesquisa é exploratória e descritiva, por métodos qualitativos e balizados pela antropologia, através da observação participante. A área da Mumbuca foi incluída no recém-formado parque estadual do Jalapão, e seus esforços por sobrevivência, emancipação e manutenção das tradiçoes foram contempladas no estudo de caso, buscando compreender a dinâmica social e cultural da comunidade e o significado da inserção de conceitos de design em sua produção artesanal tradicional. Foi possível perceber que mais que uma prática laborativa, o artesanato produzido pela Mumbuca é dotado de valores simbólicos, como afirmação de identidade e preservação de heranças. A comunidade apresentou acessibilidade.