Nesse trabalho a pintura é situada em relação ao ato. A pintura está para o ato, assim como a performance e a arte conceitual está para a ação. Assim como a pintura está para atravessar a fantasia, a arte conceitual está para uma falsa transgressão. A ação é uma ação política o ato não. Mas paradoxalmente o ato é revolucionário e a ação não. O ato é tratatado à luz de dois autores, não artistas, Lacan e Zizek. Sem querer absolutamente chegar a um resultado teórico mas pelo contrário, o trabalho visa livrar a pintura de um certo campo teórico. A saber, o campo teórico “pós moderno”, sem querer no entanto cair em passadismo. Sem querer no entanto cair em uma espécie de apologia à fidelidade, mas pelo contrário, é uma espécie de legitimação de um “recalque”, do bem, e de uma “histeria”, do bem. Sendo que esse bem é na realidade o mal genuíno. A pintura portanto não como um ato dentro de uma estrutura programada, como a linguagem da fala por exemplo, mas sim como, pelo contrário, como o ato falho da fala, ou como uma momentânea suspenção ética como recurso paradoxal à volta a normalidade.