A pesca, em suas modalidades profissional e esportiva, constitui uma importante atividade econômica em Mato Grosso do Sul. Para a captura desses peixes são utilizadas grandes quantidades de iscas vivas, como tuviras, lambaris, caranguejos, muçuns e cascudos. Atualmente, a maioria das iscas vivas utilizadas no Pantanal é proveniente da pesca extrativa. No Estado, cerca de dois mil isqueiros estão envolvidos nesta atividade, com uma estimativa de captura de 36 milhões de iscas ao ano, das quais 15% a 30% acabam morrendo devido ao manejo inadequado durante a coleta, armazenamento e transporte. A extração das iscas vivas vem ocorrendo de maneira pouco controlada, evidenciando alterações na estrutura das populações e no ambiente onde são capturadas, principalmente nos aguapés, ambiente preferencial da tuvira. A escolha desta espécie como principal isca viva está relacionada à sua alta taxa de sobrevivência em ambientes confinados. Frente aos problemas relacionados à coleta de iscas vivas, uma das soluções possíveis é a sua produção em cativeiro, com o desenvolvimento de sistemas de produção adaptados à cada espécie, objetivo principal deste grupo de pesquisa. Os resultados esperados são o conhecimento das patologias, a caracterização genética da população na natureza, a definição dos sistemas de reprodução em cativeiro, da nutrição e do manejo alimentar e o conhecimento dos custos e receitas de produção das principais espécies utilizadas como iscas vivas. A primeira espécie em estudo é tuvira (Gymnotus sp.), visto seu apelo regional, sendo posteriormente estendido à outras espécies, como lambari, muçum e caranguejo, conforme demandas futuras. Os impactos esperados no desenvolvimento dessas tecnologias é a diminuição da pesca extrativa de iscas vivas no Pantanal e o estímulo a uma nova atividade econômica, suprindo a demanda futura do turismo de pesca, de forma a estimular a utilização harmônica da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável de nossa região.