Os projetos abrangentes e totalizantes, fossem eles parte de esquemas simbólicos coloniais, nacionais ou utópicos, serviam invariavelmente para a inserção dos indivíduos e mesmo de distintos grupos sociais em estruturas identitárias com papéis em grande medida pré-determinadas. Com seu esvaziamento ou diluição, esgota-se também o papel simbólico do Estado como terreno comum das demandas e aspirações sociais. Reacomodam-se e reestruturam-se assim os mecanismos de interação e acordo social, ao mesmo tempo em que se redimensionam as interações entre cultura e política. No curso desses ajustes, que acontecem tanto em âmbitos onde o Estado continua a monopolizar os instrumentos de coerção quanto naqueles em que esse monopólio deixou de existir ou jamais existiu, projetos de homogeneização da comunidade política podem radicalizar os conflitos latentes. Formado por pesquisadores de distintas áreas das ciências humanas, este grupo envolve pesquisas em Moçamabique, na África do Sul, no Haiti, Israel, Sérvia, Bósnia-Herzegóvina, Rússia, Geórgia e Alemanha. A ênfase empírica, com destaque para o trabalho de campo e pesquisa historiográfica, vem acompanhada da reflexão metodológica e teórica