A família é, por definição, lócus primário e estruturante, onde são moldadas, internalizadas e vivenciadas relações e hierarquias de gênero e geracionais. Os conteúdos de gênero das relações familiares permitem compreender aspectos importantes relativos à desigualdade entre homens e mulheres, às especificidades dos papéis sociais masculinos e femininos, aos conteúdos das relações parentais e conjugais, entre outros. Torna-se difícil entender os processos demográficos sem inseri-los na teia de relações sociais em que se acham envolvidos e das quais são parte. Estes processos expressam necessidades, estratégias e projetos de indivíduos e grupos, e tomam forma a partir das relações sociais em que se acham envolvidos, dentre as quais as relações familiares ou domésticas. A demografia da família se desenvolveu especialmente a partir da segunda metade do século XX e é um campo especializado no estudo do tamanho, composição, organização e dinâmica familiar. Os processos de formação familiar, sua expansão, dissolução e recomposição, bem como a emergência de uma pluralidade de tipos de família são temas clássicos. A área incorpora temas de relevância renovada e emergentes, dentre os quais se destacam: arranjos familiares e suas mudanças; trabalho e família; gênero e reprodução; conflitos produção/reprodução; tendências da fecundidade e das preferências reprodutivas; demografia da infância e da juventude; relações e diferenças Intergeracionais.A linha de pesquisa ?Família, Gênero e População? abriga pesquisadores e estudos voltados para a apreensão das múltiplas dimensões que cercam as transformações nas famílias e nas relações de gênero, buscando aplicar e desenvolver diferentes técnicas qualitativas e quantitativas de análise, bem como estudos comparativos internacionais. Além do interesse científico, tais conhecimentos podem ser úteis para subsidiar a orientação, formulação e avaliação de políticas sociais sensíveis às especificidades das famílias e do gênero.
