A resistência a insulina é uma das complicações metabólicas mais prevalentes associadas à obesidade, e considerada como fator primário na patogênese do diabetes mellitus do tipo 2. No entanto, o mecanismo exato no qual a obesidade contribui para esta complicação não está resolvido. Evidências recentes sugerem que intermediários lipídicos (diacilglicerol e ceramidas) acumulados no músculo esquelético, em decorrência da incompatibilidade do aporte excessivo de ácidos graxos e sua metabolização, seriam os responsáveis pela ativação de vias de sinalização que levam ao bloqueio na sinalização da insulina. Adicionalmente, observa-se que a resistência a insulina também está associada à redução do metabolismo oxidativo, especialmente na função mitocondrial do músculo esquelético. Paralelamente, a obesidade é caracterizada pela presença de uma inflamação crônica, subclínica, de baixo grau, que parece ser iniciada no tecido adiposo e afetar a sinalização da insulina no tecido muscular esquelético. Neste contexto, citocinas inflamatórias liberadas pelo tecido adiposo, como TNF-α, IL-1β e IL-6 podem se ligar a receptores específicos na membrana muscular resultando na ativação destas quinases. Tem sido proposto pelo Grupo do Programa de Prevenção do Diabetes (2009) que modificações do estilo de vida, como restrição calórica, exercício físico, entre outros, parecem ser mais eficazes que o tratamento farmacológico. No entanto, os efeitos das estratégias não farmacológicas nos mecanismos moleculares relacionados à modulação da expressão/atividade das enzimas responsáveis pela lipogênese, a biogênese mitocondrial e a modulação das vias de sinalização que interferem com a via da insulina não estão esclarecidas. Sendo assim, o presente grupo de pesquisa propõe projetos que explorarão os efeitos terapêuticos de estratégias não farmacológicas de tratamento da resistência a insulina utilizando animais e seres humanos.