O mundo atual impõe novos desafios ao pensar humano. Os desafios contemporâneos vêm sobretudo dos postulados pós-modernos de desrazão, referidos numa multiplicidade de termos como: niilismo, desconstrução, descontinuidade, diferença, discurso, irracionalismo, multiculturalismo, fragmentação. Ao falarmos, pois, dos desafios que assim se impõem ao pensar, referimo-nos à necessidade de sempre se redefinir o projeto da busca do sentido do humano, que sustente um agir do homem em sociedade de modo significativo e ético. Um dos argumentos exaustivamente invocados na linha do pós-moderno, especificamente da desconstrução, é uma dura crítica sobre qualquer conceito de interpretação. Um deslizamento de sentidos inscritos nos próprios textos e, uma subjetividade não coincidente consigo mesma, comporiam o quadro perfeito para, supostamente, solapar qualquer possibilidade de construção de um sentido. Os sentidos, embora não negados, são supostos numa relatividade tão intensa e num deslizamento tão inapreensível, que é como se não os houvesse. Autores como Heidegger, Arendt, Sartre, Foucault, Deleuze, entre outros na esteira de uma tradição inaugurada por Nietzsche - são invocados numa certa leitura, não necessariamente a única - como autores que estariam para além do hermenêutico.