Aquilo que denominamos Hermenêutica do Presente tem se apresentado, antes de tudo, como uma leitura radical (o redimensionamento das ações, do ser, dos saberes, das existências, dos discursos), e uma das funções dessa leitura é iniciar outra reflexão e outra ação, fora de um conhecimento e um saber falsamente positivos (seu rastro é a positividade contra a negatividade travestida: a contrapelo: tosa, corte, dissecação, calcinação, dissolução, infestação). Por isso, caracterizamos inicialmente essa Hermenêutica como guerrilha (Caldas, 1996, 1997), interpretação viva impondo-se como acampamento provisório, propondo uma atividade crítica e uma concepção de presente (1996) que diferem, e buscam diferir, da racionalidade tradicional e das temporalidades ocidentais, voltando-se contra si mesmo, num processo de autodissolução constante e absolutamente necessária para não se tornar disciplina, saber, técnica, conhecimento, método [ser um rastro de fogo é a ambição da Hermenêutica do presente]; como tentativa de compreensão do imediato da máquina tribal que aparece como ocidentalidade, história, sociedade; como forma de entender as naturalizações e universalizações que moldam nossa maneira de pensar e ser.O Centro de Hermenêutica do Presente-CENHPRE tem como objetivos básicos investigar, estudar, buscar basicamente as produções do imediato, seja com a História enquanto Genealogia (Nietzsche/Foucault) seja com a História Oral estabelecida pela Hermenêutica do Presente seja com a própria Hermenêutica enquanto loxografia. Para tanto considera a formação de uma equipe de alunos e professores que empreendam o funcionamento do Centro, contribuindo com a formação dos alunos nos vários empreendimentos da pesquisa, da publicação e do ensino.O atual projeto geral do CENHPRE é "Narradores do Presente: Devires e Redes das Vidas Menores".