A pesquisa tem por objetivo investigar, a partir da narrativa docente, de que maneiras as temáticas de gênero e sexualidade permeiam as práticas pedagógicas de quatro professoras da rede municipal de ensino de Nova Iguaçu/RJ. A metodologia da pesquisa está pautada em conversas individuais e coletivas (MELO e CRUZ, 2014), e em uma perspectiva queer (LOURO 2004; OLIVEIRA, 2016). Alguns questionamentos orientaram o desenvolvimento das estratégias de pesquisa, como: De que formas as temáticas de gênero e sexualidade perpassam suas práticas cotidianas? Quais são os desafios e avanços que percebem nas escolas em que atuam? Quais são as estratégias e metodologias que constroem para inserir essas temáticas a partir do fazer pedagógico? A partir das conversas realizadas e do diálogo com autoras/es como Guacira Lopes Louro, Rogério Diniz Junqueira, Elsa Dorlin e Daniel Borrilo, é possível tecer considerações sobre a produção de uma prática baseada na construção de questionamentos, que coloquem sob suspeição as visões naturalizadas acerca de gênero e sexualidade das/os alunas/os. Por outro lado, percebemos que as estratégias são desenvolvidas mais em momentos de conflito, dificilmente se desdobrando em práticas pedagógicas planejadas e integradas com aulas e demais momentos escolares. Dessa forma, pudemos pensar sobre as estratégias que são desenvolvidas e as teias de poder que se entrelaçam na escola, transformando-a em um espaço que re-produz estigmas e violências, mas também onde se desenvolvem práticas que questionam e disputam significados.
This research aims to investigate, from the teaching narrative, how themes of gender and sexuality permeate pedagogical practices of four teachers of the municipal teaching network of Nova Iguaçu / RJ. The methodology of this research is based on individual and collective conversations (MELO and CRUZ, 2014), and on a queer perspective (LOURO 2004; OLIVEIRA, 2016). Some questions guided the development of research strategies, such as: In what ways do themes of gender and sexuality permeate their daily practices? What are the challenges and advances they perceive in the schools in which they work? Which are the strategies and methodologies that they construct to insert these themes from the pedagogic they develop? Based on conversations and dialogue with authors such as Guacira Lopes Louro, Rogério Diniz Junqueira, Elsa Dorlin and Daniel Borrilo, it is possible to think about the production of a practice based on the construction of questionings, which put the students' naturalized visions under suspicion about gender and sexuality. On the other hand, we perceive that the strategies are developed more in times of conflict, but that hardly unfold in pedagogical practices planned and integrated with classes and other school moments. In this way, we could think about the strategies that are developed and the webs of power that intertwine in the school, transforming it into a space that not only re-produces stigmas and violence, but also where practices that question and dispute meanings are developed.
