A iniciativa de criar uma linha de pesquisa sobre marcadores sociais da diferença representou uma resposta à dupla necessidade de revitalizar a tradicional linha de pesquisa sobre relações raciais e, ao mesmo tempo, de incorporar uma demanda crescente de interesses de pesquisa nas temáticas de gênero e sexualidade. Diferenças instituídas socialmente não acarretam necessariamente desvantagens ou desníveis de prestígio, poder e riqueza; com frequência, porém, são marcadas por desigualdades no plano das representações sociais, que dão respaldo a posições e relações de assimetria, exclusão e iniquidade. Além disso, categorias classificatórias podem atravessar ou circular por diferentes domínios de relações, interseccionando-os. Categorias de gênero e sexualidade, com frequência, se inscrevem em matrizes classificatórias de cor e raça, constituindo uma linguagem poderosa para expressar hierarquias e desigualdades sociais mais amplas.