O objetivo deste grupo de pesquisa é investigar a relação entre padrões sonoros emergentes e padrões sonoros estáveis nas línguas naturais. Padrões sonoros emergentes referem-se a seqüências sonoras em competição, havendo portanto variação entre formas alternantes. Por outro lado, em padrões sonoros estáveis as seqüências sonoras não apresentam formas alternantes em competição. O agrupamento de padrões sonoros nestas categorias específicas tem caráter dinâmico nas línguas naturais. Sendo assim, um padrão emergente pode se tornar estável e um padrão estável pode se tornar emergente. Como conseqüência, a variação sonora e os aspectos relacionados à mudança sonora são o foco central de investigação. A idéia central é avaliar o comportamento dos elementos básicos de análise - ou seja, os sons - em contraste com outras unidades potenciais de análise - como a sílaba ou a palavra. Os pressupostos teóricos deste grupo sedimentam-se nos modelos da Difusão Lexical (Wang (1969)), da Fonologia de Uso (Bybee (2001)) e da Teoria de Exemplares (Johnson (1997), Pierrehumbert (2001, 2003)). Fatores sociais relevantes à implementação de mudanças sonoras podem ser avaliados dentro da perspectiva variacionista clássica (Labov (1994)) e/ou da relação entre indivíduo e redes sociais (Milroy & Milroy (1985)). O papel do indivíduo na implementação de padrões sonoros é também considerada (Oliveira (1999)). O pressuposto básico assumido é que a estrutura sonora emerge a partir do uso da língua. A categorização desempenha um papel fundamental na organização da linguagem (Rosch (1973, 1978), Lakoff (1987)). A estrutura lingüística, que tem caráter dinâmico e flexível, emerge a partir do uso da língua em contextos específicos. Os trabalhos do grupo devem contribuir para uma melhor compreensão da linguagem enquanto fenômeno social.