Interessa-nos o desenvolvimento de um quadro teórico-metodológico que nos permita estudar diferentes práticas sociomateriais e as relações entre o conhecimento científico, o conhecimento cotidiano e o conhecimento escolar. Investigamos como são construídas oportunidades de aprendizagem em salas de aula de ciências, e como práticas culturais contribuem para a tomada de decisões e, nesse sentido, procuramos entender os processos de argumentação e justificação do conhecimento. Finalmente, as pesquisas desenvolvidas buscam soluções concretas para os problemas colocados pelo ensino, pelos métodos de ensino e pela formação docente. Nossas pesquisas orientam-se por dois referências teóricos principais, ambos com origens e fortes relações com a etnografia. Algumas linhas, fortemente assentadas sobre a obra de Bruno Latour e a Teoria Ator-Rede (ANT) e filosoficamente fundamentado pelo realismo especulativo (Graham Harman e Quentin Meillassoux) e pela filosofia de processos de Whitehead, pesquisa os processos e relações de produção do conhecimento e de sua circulação nos espaços educacionais. Pesquisamos como os actantes, humanos e não humanos, formam redes e moldam os contextos de aprendizagem. Investigamos as consequências da ANT para a compreensão das relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade. Outras pesquisas orientam-se por uma perspectiva da Etnografia em Educação e da Etnografia de sala de aula. Nesse caso, referenciamo-nos na etnografia interacional, na microetnografia e na socio-linguística interacional. Assim, procuramos contribuir para que se desafie uma perspectiva de déficit na pesquisa em educação em ciências. Nos alinhamos com vários autores que tem investigado como, através do uso da linguagem, estudantes e professores constroem o que conta como ciência e aprendizagem de ciências em suas salas de aula.
