Percebe-se, atualmente, através da olhar da filosofia, a insuficiência dos modelos inteligíveis hegemônicos e a precariedade das referências explicativas e compreensivas. A problematização das prescrições que se impõem em relação à conduta educativa na sociedade atual, que pretendemos aqui investigar, dá-se a partir de perspectivas sócio-político-econômicas e pedagógicas que é necessário, por dever de coerência, buscar constituir e entender. Problematizar prescrições é tarefa filosófica, não exclusiva de filósofos ou cientistas. A perspectiva de reflexão filosófica aqui apontada ajuda a produzir dúvidas: em que condições refletimos o presente, em particular quando adotamos conceitos de momento como remédio aos males que nos perturbam, sem, por dever de síntese, pensar os mesmos conceitos constitutivos do modelo capitalista? Assim, posta uma provisória análise do mundo que vivemos, passamos a expor grandes temas que buscamos, aqui, refletir: pressupostos do processo educativo; a relação educador e educando e seus vínculos com a sociedade; a relação filosofia e educação e a tarefa da formação crítico-interrogativa e como questionamento radical dos procedimentos educativos; idelogia e educação; poder e educação; ética e educação; a relação conhecimento e educação; ontologia e epistemologia; filosofia e história das idéias pedagógicas; etc. Enfim, considerando que a a realidade brasileira, em particular o mundo da educação, pelo contexto que a caracteriza, demanda, mais apropriadamente, para sua compreensão e mudança, categorias que dêem conta do complexo momento pelo qual estamos vivendo, a tarefa de estudo e pesquisa aqui assumida, muito particularmente para analisar os conceitos opressão / libertação, anunciadas em Marx e assumidos em sua inteireza por Freire, é refletir a relação entre educação e filosofia, convocar a filosofia para o mundo da educação e a educação para o mundo da filosofia.