A estratégia atual para combater a desnutrição nos países em desenvolvimento tem como enfoque o fornecimento de suplementos vitamínicos e minerais para mulheres grávidas e crianças, além da fortificação de alimentos. Produtos agrícolas biofortificados (variedades melhoradas, com maior conteúdo de vitaminas e minerais) complementariam as intervenções em andamento, alcançando as populações carentes de maneira sustentável e com baixo custo.Assim, em 2003, foi elaborado pela Embrapa o projeto Biofortificação de Produtos Agrícolas para Nutrição Humana, principal componente do HarvestPlus no Brasil, um dos Programas Desafio do CGIAR. O projeto é coordenado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos e tem o objetivo de desenvolver produtos agrícolas com potencial agronômico e maior valor nutricional, sempre respeitando os hábitos alimentares da população. No momento, encontram-se em desenvolvimento: milho, batata doce, abóbora e mandioca com teores mais elevados de pró-vitamina A; arroz, feijão, feijão-caupi e trigo com maiores teores de ferro e zinco. O projeto deu origem à Rede de Biofortificação, hoje composta por cerca de 150 integrantes A Rede foi iniciada com unidades da Embrapa (Agroindústria de Alimentos, Arroz e Feijão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Milho e Sorgo e Recursos Genéticos e Biotecnologia), universidades (UNICAMP, UNESP, UFRJ e UFRRJ) e parceiros internacionais (CIAT, CIMMYT, CIP). Mais tarde, foram inseridas outras unidades da Embrapa (Arroz e Feijão, Hortaliças, Meio-Norte, Trigo e Tabuleiros Costeiros), e outras universidades (UFMA, UEMA, UFSE, ESALQ-USP e UFV), entre muitos outros. Além de inúmeras publicações, entre os principais resultados alcançados até o momento, podem ser citados os lançamentos de:- Três cultivares de feijão-caupi: BRS Xiquexique, BRS Tumucumaque e BRS Aracê;- Três cultivares de mandioca: BRS Gema de Ovo, BRS Dourada e BRS Jari; e- Dois cultivares de feijão comum: BRS Pontal e BRS Agreste.
